O extermínio da mulher brasileira, em livro

“Direito à Memória e à Verdade” é o título do livro que conta a história de 45 mulheres assassinadas e desaparecidas e 27 sobreviventes da ditadura militar no Brasil (1964-1985), lançado dia 25 na PUC em São Paulo.

A data do lançamento antecede em seis dias o aniversário de 46 anos do golpe de 31 de março de 1964.

Relatos de 27 sobreviventes de diferentes organizações de resistência à ditadura, armadas ou não fazem parte da história. Algumas estavam grávidas, outras amamentavam, todas foram torturadas e, não raro, estupradas.

Na apresentação, o ministro dos Direitos Humanos Paulo Vannuchi, que é o principal responsável pelo 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, prevê:

- Este livro pode mudar opiniões de quem ainda resiste à elucidação profunda de todos esses episódios como passo necessário a uma reconciliação nacional.

Em seguida, a ministra de Política para Mulheres, Nilcéa Freire, defendeu ampla apuração da verdade: “A superação dos fantasmas que ainda assombram nossa história recente exige confrontá-los. Para exorcizá-los, será preciso retirá-los dos lugares onde estão escondidos, nomeá-los, olhá-los nos olhos e compreender os mecanismos que os permitem surgir”.

As mortas e desaparecidas são divididas em três grupos: de 1964 a 1974, incluindo o período agudo da repressão; de 1974 a 1985, já no processo classificado de “distensão”; e a Guerrilha do Araguaia, no final da década de 1960 e início da de 1970, na região do rio Araguaia.

Entre os depoimentos, não consta o de Dilma que também foi militante da esquerda armada, presa e torturada e hoje é pré-candidata à Presidência pelo PT. A explicação é que os autores quiseram dar um caráter supra-partidário ao trabalho, sobretudo em ano eleitoral.

Pesquisa, copy e edição – Flavio Deckes, com Agência Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário